Grupo de Espeleologia e Montanhismo
Serra de Santa Justa – Fojo das Pombas em Valongo
As Serras do Porto sempre foram alvo de vazamento de lixo por má formação cívica das populações e falta de medidas concretas dos autarcas. Até agora, os cerca de seis mil hectares montanhosos não passam de uma localização geográfica de difícil acesso, de vegetação pouco cuidada e local de abandono e entulho.
Valongo, Paredes e Gondomar, são três conselhos parcialmente inseridos no distrito mineiro Durico-Beirão, alvo de explorações mineiras, pelo menos, desde o período de ocupação romana até meados do séc.XX. Ao longo deste período, com mais de 2000 anos, várias minas têm sido abertas, retrabalhadas e posteriormente abandonadas, deixando vestígios de mineração, tanto à superfície como em subsolo. Este Património Arqueológico e Espeleológico confere singularidade às Serras do Porto.
No passado dia 09 de janeiro de 2020 foi apresentada queixa na Camara de Valongo para um despejo de óleos, pneus e outros componentes no coração da Serra de Santa Justa no sítio do Fojo das Pombas.
Foram atirados bidons de óleo “queimado”, que ao bater nas paredes rebentaram e o óleo escorreu pela rocha, este cenário foi verificado tanto na plataforma superior usada para visitas, como no fundo do fojo. Este óleo vai afetar espécies protegidas, alterar o ecossistema da mina e afetar a saúde publica.
Uma equipa do GEM, juntamente com o Sr. António Felgueiras (GEV) está a retirar este lixo do Fojo das Pombas. Hoje dia 15, foi realizado um levantamento a 70 metros de profundidade onde ficou registado em foto e vídeo a gravidade da situação. O óleo que se encontra no fundo do fojo devido ás chuvas está a infiltrar no aquífero, o desastre ambiental toma outra proporção. A equipa do GEM verificou que o óleo infiltrou-se numa mina de água que alimenta um fontanário, criando um problema para as populações.
Dia 17 o GEM em colaboração com a CMV vai retirar o restante lixo que se encontra a 70 metros de profundidade, relativamente ao óleo, compete á autarquia elaborar um plano o mais rápido possível de modo a minimizar os estragos causados.
Esperamos, que as entidades competentes apurem, quem foi o autor desta barbaridade e sejam punidos.
Texto – Vítor Amendoeira e Eduardo Vieira
Veja aqui as fotografias da autoria do Pedro Almeida.