
Rodrigues, Afonso 1 – Introdução, Descrição das Cavidades e Topografia
- Grupo de Espeleologia e Montanhismo, Rua General Pereira de Eça, nº30, 2380-075 Alcanena
- Núcleo dos Amigos das Lapas Grutas e Algares
- Comissão Científica da Federação Portuguesa de Espeleologia,Estrada Calhariz de Benfica, 187, 1500-124 Lisboa
Introdução
As grutas abaixo constavam no cadastro do grupo de S. Bento, sendo inicialmente provenientes de levantamentos feitos pelo SSAC. Foi feito levantamento topográfico e geológico a cada uma ao longo de várias atividades. Na zona do Algar das Fontaínhas foi também levada a cabo alguma prospeção e desobstruções preliminares a várias potenciais entradas.
Enquadramento Geral
Todas as grutas abaixo referidas desenvolvem-se na Formação dos Calcários Bioclásticos do Codaçal, datado do Batoniano, andar do Jurássico Médio. Na proximidade imediata das grutas passa uma falha de orientação aproximada WNW-ESE, preenchida por um filão dolerítico, que se traduz na paisagem como um vale com a mesma orientação da falha.
Algar do Talvegue
O algar é um vadose shaft, apresentando inclusive caneluras de dissolução bem marcadas na parede Sul, desenvolvendo-se ao longo de uma fratura de atitude aproximada N60ºW/Vertical. Os extremos da mesma estão preenchidos de concreção, e o fundo está preenchido de blocos.
Gruta do Talvegue
Esta gruta é uma pequena lapa, com a sua morfologia original já muito disfarçada por abatimentos, tratando-se de um vazio horizontal constituído por várias pequenas salas abundantemente concrecionadas e separadas por colunas. As camadas têm atitude E-W/10ºS, o que explica os tetos subhorizontais da gruta, que resultam do abatimento de blocos ao longo da superfície de estratificação. A gruta é atravessada por várias famílias de fraturas com as seguintes atitudes: N60ºW/Vertical, N30ºW/Vertical, N60ºE/Vertical. A elevada fraturação deu também um forte contributo para os abatimentos que se registam na cavidade.
Algar das Fontaínhas
Vadose shaft relativamente pequeno e com paredes cobertas de lama, controlado por fraturas bastante estreitas: a entrada, de reduzida dimensão, é controlada por uma fratura de atitude aproximada E-W/Vertical, passando em profundidade o controlo estrutural a ser feito por uma fratura principal N35ºE/Vertical e outra N45ºW/Vertical. Passa-se por duas zonas mais estreitas do poço, que depois alarga, com uma ponte de rocha a meio a dividi-lo; o fundo tem grandes blocos e lama, com alguma concreção, além de pequenas excêntricas, tubulares e coraloides muito finos. Há uma pequena continuação estreita e pouco aparente por entre os blocos, que progride alguns metros. A parte inicial do poço é instável e causa alguma queda de pedra.
Algar das Fontaínhas III
Trata-se de um pequeno algar, muito estreito, que se se abre num lapiás e que é pouco mais que uma fratura alargada. A fratura tem atitude N30ºW/Vertical. Continua por um tramo demasiado estreito para progredir, mas não se nota nenhuma corrente de ar.