O algar do Laçarote fica situado perto do algar da Bajanca, próximo da localidade de São Bento, no planalto de Sto. António, no Maciço Calcário Estremenho.
O algar é composto de um modo grosseiro por dois poços, o primeiro com cerca de 15m, a que se segue uma rampa que dá acesso a um 2º poço, que não foi nem descido, nem topografado. A conclusão dos trabalhos ficou para outras núpcias.
Alguns apontamentos de geologia do algar do Laçarote
O algar do Laçarote, segundo a Folha 27-A da Carta geológica de Portugal à escala 1/50000, encontra-se junto do limite entre as formações de Calcários bioclásticos do Codaçal e de Calcários micríticos da Serra de Aire, ambas as formações estão datadas do Batoniano (Jurássico Médio) e são idênticas relativamente ao potencial de carsificação.
A gruta pode ser classificada com um colector “vadose shaft” de acordo com a definição de Baroñ, 2003. O controlo estrutural do desenvolvimento da gruta é feito por descontinuidades cujas famílias têm atitude N60W/Vertical, E-W/ Vertical e N20E/Vertical. A atitude local das camadas é E-W/4S.As paredes dos poços apresentam caneluras de dissolução típicas de “vadose shafts”.
Figura 2 – Base do Algar de acesso (Foto: Vitor Amendoeira - GEM)
Topografia por Fotogrametria – Estudo no Algar do Laçarote
Figura 3 – Descida para a entrada onde se encontram os morcegos
(Imagem por fotogrametria: Vitor Toucinho – GEM)Aquando da recolha dos dados para a Topografia , foram igualmente recolhidas imagens do Algar, para a realização de um estudo de topografia alternativa – Topografia por Fotogrametria.
Após várias horas de intenso processamento fotográfico, obtiveram-se alguns resultados satisfatórios, mas ainda existe muito trabalho pela frente para afinar este método de realização de topografia.
Trabalho desenvolvido por Vitor Toucinho.
Figura 4 – Exemplo de medidas no alçado lateral (a rampa da esquerda é a que dá acesso à galeria dos morcegos)
Figura 5 – Topografia do Algar do Laçarote
Referências bibliográficas
Manupella, G., Telles Antunes, M., Costa Almeida, C.A., Azerêdo, A.C., Barbosa, B., Cardoso, J.L., Crispim, J.A., Duarte, L.V., Henriques, M.H., Martins, L.T., Ramalho, M.M.; Santos, V.F.; Terrinha. P.; (2000). Carta Geológica de Portugal – Vila Nova de Ourém, Folha 27-A, á escala 1:50000, e Nota explicativa, Instituto Geológico e Mineiro, Lisboa.
Baroñ, Ivo (2003) – Speleogenesis along subv ertical joints: A model of plateau karstshaft development: A case study: the Dolný Vrch Plateau (Slovak Republic), Cave&Karst Science 29 (1), 2002, 5-12. 010
Exploração e topografia: Andreia Monteiro (LPN-CEAE), Rosário Fernandes (LPN-CEAE) e Sandra Lopes (GEM/ LPN-CEAE)
Arte final: Sandra Lopes (GEM/CEAE-LPN)
Texto e geologia: Paulo Rodrigues