
17 de Janeiro de 2021
Vitor Amendoeira1; Marta Borges1; André Leite1; Pedro Almeida1; Pedro Ferreira1
- Grupo de Espeleologia e Montanhismo, Rua Maria Veleda, 6, 7ª Esq, 2560-218, Amadora, Portugal
Introdução
O vale e o seu Rio Terva configuram um amplo alvéolo em concha aberta para Sul, com inúmeras colinas, outeiros e lombas, onde afloram as massas graníticas modeladas pelos movimentos tardi-hercinicos, apresentando muitas dessas massas graníticas veios ou filões quartzíferos que incorporam mineralizações correspondentes às jazidas primárias de ouro (Ramos, 2015).
O Vale do rio Terva situa-se no Norte de Portugal, no distrito de Vila Real em Município de Boticas.
Localização
Atividade
A atividade teve o seu início pelas 08h00 em Bobadela, junto ao Centro de Interpretação do Parque Arqueológico do Vale Superior do Rio Terva. Dirigimo-nos para as Minas do Limarinho onde o Professor Luis Fontes fez um enquadramento do tipo de mineração.
Mina1 – Coordenada wgs84 – 41.7435792 N -7.5987089 W 534m
Uma pequena mina com 5 metros que termina num cone de dejeção. A mina está no flanco de uma pirâmide residual, no topo tem uma escombreira. O cone de dejeção terá sido a entrada primeira antes do desmonte e a escombreira o resultado da mineração inicial da galeria.
Poço – Coordenada wgs84 – 41.7434236 N -7.5989595 W 540m
Equipámos o poço e fizemos uma primeira exploração. O poço tem cerca de 15m de profundidade e secção 2,40m x 1,40m. Um cheiro forte na descida indicia um animal morto. Na base um cão em putrefação, terra, rochas e vidros. Não há indícios da galeria indicada. O poço está entulhado.
Mina 3 (parte superior do Limarinho) – 41.742936 N -7.599380 W
Nesta zona abundam pequenas entradas de galerias que foram desmontadas por processo utilizado Ruina Montium. Foram georreferenciados em trabalhos de arqueologia e desenhados o perfil das entradas.
Poço da Freita
Visita a uma barragem romana, fundamental no processo de exploração mineira.
Castro de Sapelos
Visita ao Castro de Sapelos, um dos mais complexos locais fortificados do Vale Superior do Terva. Com uma vista privilegiada, permite uma interpretação do território. Neste vale passou o traçado da via XVII do Itinerário de Antonino via Bracara Asturica por Aquae Flaviae. Este lugar sublime permitiu controlar a mineração e todas as transações da época.
Conclusão
Da prospeção efetuada podemos concluir que a mina de água é possivelmente uma galeria de escoamento das águas do poço. Para ligar a mina de água e o poço é preciso drenar a água, verificar o seu comprimento, que deve ter aproximadamente 140m, e fazer uma desobstrução na base do poço.
Os outros locais foram georreferenciados em trabalhos de arqueologia, tem um baixo potencial espeleológico. Nestas muitas galerias, algumas espécies de morcegos encontram abrigo.
Estamos prontos para iniciar os trabalhos de exploração da mina de água e desobstrução do poço.
Referências bibliográficas
- MARTINS, C. M. B. (2008a) – A exploração mineira romana e a metalurgia do ouro em Portugal. Braga: Universidade do Minho (Cadernos de Arqueologia. Monografias n.º 14)
- RAMOS, J. (2015) – Recursos minerais da região do Rio Terva(Concelho de Boticas. Em C. M. Martins (Ed.) Exploração Mineira Aurifera da Época Romana. Da Extração ao Paleoambiente (pp.19-36). Boticas: Câmara Municipal de Boticas.
Texto: Vitor Amendoeira (GEM)