Projeto Espeleológico Parque Biológico de Gaia
Contributo Espeleológico para o Conhecimento e Monitorização das Minas de Água do Parque Biológico de Gaia
Entidade: GEM – Grupo de Espeleologia e Montanhismo
Coordenação: (N2) Pedro Almeida, (N2) Eduardo Vieira
Enquadramento
A estrutura biofísica do território de Vila Nova de Gaia, tem um dos seus valores fundamentais na fauna e flora do Parque Biológico de Gaia.
Foi o primeiro centro de Educação Ambiental do país, instalado pela Câmara Municipal em 1983, inicialmente com apenas 2 hectares, evoluindo atualmente para cerca de 35 hectares nas freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho ocupando parte do vale do rio Febros, um afluente da margem esquerda do Douro.
A abundância de água na área do Parque Biológico permite a fixação de habitats de água doce. Estes habitats prestam serviços de grande utilidade na regulação do ciclo da água, fornecimento de água, refúgio de biodiversidade, informação estética, educação e ciência. Englobam as chamadas águas paradas em açudes e pauis, charcos e lagoachos temporários, depressões húmidas, bem como águas correntes de rios e ribeiros, comunidades das areias e cascalheiras de praias fluviais, comunidades dos leitos de cheias, comunidades ribeirinhas ou ripícolas, comunidades submersas enraizadas na vasa e as flutuantes.
As minas de água são também importantes no fornecimento de água para todo o ecossistema e enquadram-se no grupo de habitats rochosos e de grutas, contribuindo para a formação de solo, refúgio de biodiversidade, reforçando recursos para a educação e a ciência.
Neste sentido, é de extrema importância o estudo das cavidades artificiais, do tipo mina de água, existentes no subsolo do parque biológico, colaborando na sua caracterização, monitorização e enquadramento em toda a estrutura ecológica do parque.
Estes estudos podem ser auxiliados por equipas de espeleólogos por estarem capacitados para o acesso a locais confinados em subsolo e por ser possível enquadrar nas suas equipas outros investigadores com interesse científico que por si só não o consigam fazer.
O código de ética espeleológica[3] prevê a proteção e valorização do meio cavernícola e das regiões envolventes. As minas assemelham-se em muitos aspetos às grutas naturais, por um lado devido aos habitats que aí se instalaram, por outro são espaços confinados em subsolo, acessíveis apenas com técnicas de progressão espeleológica.
O Plano Diretor Municipal de Gaia (PDMG) enquadra o Parque Biológico e as linhas de água que o atravessam sem que haja caracterização e geolocalização das minas de água existentes.
Atualmente desconhecem-se outros projetos espeleológicos para o Parque Biológico de Gaia, pelo que não se impõe qualquer impedimento ético, mediante intenção de outros clubes ou associações de espeleólogos.
Desconhece-se qualquer estudo ou publicação específica sobre as minas de água do Parque Biológico de Gaia, o que pode fundamentar este projeto espeleológico.
Palavras-chave
Espeleologia, cavidades artificiais, minas de água, património, Parque Biológico de Gaia.
Delimitação
Exploração espeleológica das minas existentes no Parque Biológico de Gaia, numa área aproximada de 35ha, nas freguesias de Avintes e Vilar de Andorinho, do concelho de Vila Nova de Gaia.
Instituições
GEM – Grupo de Espeleologia e Montanhismo.
Município de Gaia, Parque Biológico de Gaia.
Coordenação Espeleológica
Pedro Almeida[1]; Eduardo Vieira[1]
[1] Espeleólogo N2-GEM
[1] Espeleólogo N2-GEM
Colaboração
Espeleólogos inscritos na (FPE) Federação Portuguesa de Espeleologia.
Demais entidades e/ou investigadores que o Parque Biológico entenda integrar.
Objetivos
- Prospeção e localização geográfica das cavidades (Georreferenciação).
- Exploração espeleológica e mapeamento topográfico das cavidades.
- Registo fotográfico da morfologia, fauna, flora e aspetos relevantes das cavidades.
- Artigo de compilação dos dados obtidos, incluindo mapa de conjunto com localização e topografia de todas as minas.
Fases
Considerando que o GEM desconhece a localização geográfica e a quantidade total de minas existentes, preconiza-se o desenvolvimento deste projeto em duas fases:
1) Prospeção e pesquisa de superfície em toda a área do parque, aproximadamente 35ha.
2) Acesso em subsolo, ao interior de cada mina de forma a fazer todos os registos necessários aos objetivos propostos.
Desta forma podemos aferir quantas minas serão alvo de exploração espeleológica e quais as implicações técnicas de cada uma. Paralelamente será possível apontar um cronograma de trabalhos e respetivo orçamento total.
Texto – Pedro Aguiar [1, 2]
[1] Espeleólogo N3 – GEM
[2] Ordinary Member – Artificial Cavities Comissiono of UIS