Corredor Vale da Trave - Moitas Venda

O projeto consiste no levantamento topográfico e geológico de cavidades cársicas situadas no corredor Vale da Trave – Moitas Venda


Localização
O corredor Vale da Trave – Moitas Venda é definido como uma faixa entre Vale da Trave, Casais da Mureta, Covão do Feto e Moitas Venda. Neste corredor é conhecida uma maior densidade de grutas de origem freática, que no restante do Maciço Calcário Estremenho (MCE). O corredor fica situado na freguesia de Monsanto, Concelho de Alcanena, distrito de Santarém, Portugal.
Enquadramento geológico
O corredor fica situado no Maciço Calcário Estremenho (MCE), uma área do centro de Portugal caracterizado pela abundância de calcários carsificáveis e de morfologias exo e endocársicas.
 
Os terrenos são compostos por formações carbonatadas do Jurássico Médio, as formações cársicas por excelência do MCE. Os calcários são atravessados pela falha Casais da Mureta–Covão do Feto, e por uma série de falhas subparalelas a esta, que terão influenciado a formação deste corredor. A falha Casais da Mureta–Covão do Feto faz a ligação entre o cavalgamento do Arrife e a falha Alvados–Minde.
Enquadramento Hidrogeológico
As grutas de origem freáticas do corredor marcam uma antiga posição do nível de água no MCE, mais elevado que o nível atual que faria a circulação no bordo sul do MCE. Este nível está materializado por uma série de grutas de origem freática que como foi acima referido abundam no corredor. A falha Casais da Mureta – Covão do Feto promove o desenvolvimento do corredor e a ligação entre as grutas do corredor e a nascente permanente do Alviela, a maior nascente cársica do país, bem como a uma série de nascentes temporárias situadas no bordo Sul do MCE, e paleonascentes situadas no alinhamento da falha Alvados- Minde.
Potencial espeleológico
Algumas das grutas de origem freáticas são há muito conhecidas pela comunidade espeleológica nacional. São exemplos destas cavidades os algares Marradinhas II, do Zé do Braga, Marradinhas do Daniel, algar das Cotovias e algar das Couves.
 
O potencial da zona é muito elevado sendo altamente expectável. Um trabalho sistemático nesta zona levará decerto à descoberta de mais cavidades de origem freática, fósseis ou mesmo ainda ativas, dada a proximidade da superfície, em algumas zonas do corredor a níveis de água atuais do MCE. Caso se encontrem grutas freáticas estas poderão estar potencialmente ligadas às nascentes do bordo Sul do MCE ou mesmo as nascentes associadas à falha Alvados- Minde.
 
As grutas fósseis já conhecidas nesta zona são consideradas de grande beleza, sendo espectável que novas grutas tenham um potencial turístico elevado quer ao nível do espeleísmo, quer do turismo mais tradicional.